22.7.14

Superficial

Eu tinha duas opções, ou eu escrevia ou explodia. Bom, estou escrevendo.

Eu não gosto da pessoa que sou agora, a Flávia de agora não sente falta, não faz questão. Eu não sei viver mais nada intensamente. Recentemente eu tive uma paixonite, foi passageira, mas apesar de eu até achar que a pessoa valia a pena, eu não esforcei, eu não retruquei, na verdade eu nunca retruco. Quando uma pessoa diz que precisa se afastar eu procuro nem saber o motivo e nem se tem algo que eu possa fazer para que isso não aconteça. Tudo isso são formas que eu encontrei para lidar com as coisas de uma forma superficial, pela metade, eu não mergulho em nada de cabeça, deixo sempre um pé atrás e tenho em mente que a qualquer momento aquela pessoa pode simplesmente não estar mais ali para mim.

É até engraçado como por mais que eu goste da pessoa, eu sempre acho que viveria bem melhor sem ela, me dá um alivio tão grande quando tudo acaba, mas dá uma agonia também, sabe... Como se uma hora eu fosse cair na real e perceber que deveria ter dito: "não vamos nos afasar assim, deve haver outra forma das coisas serem resolvidas". Mas acontece que eu não me arrependo, e eu odeio isso, odeio não conseguir me arrepender, fazendo isso eu supero mais rápido a pessoa, claro, mas a questão é, eu deveria?!

Flávia Faria.

25.9.13

Mochila de pedra

A sensação que eu tinha quando estava com você, era de quem carregava uma mochila de pedra, era cansativo, doloroso, incomodo. Quando terminamos, tive a sensação de ter esvaziado a mochila, tirado toda pedra, eu havia cansado de carregá-la, era o meu limite, se é que me entende.

Você deve estar se perguntando o porquê de eu ter aguentando tanto tempo, já que era assim. Então irei explicar. Em cada inicio de relacionamento, ganhamos uma mochila para carregarmos ao decorrer do mesmo, então cada pedra que havia dentro da minha mochila, foi adquirida uma à uma, ela representava cada raiva, cada mentira, cada grosseria; após isso, a mochila vai enchendo e enchendo, até que chega uma hora que não aguentamos mais carregar, não podemos nem dar mais um passo, é algo que torna-se insuportável, esse ciclo vicioso dói, porque todo o tempo eu procurava evitar encher a mochila com as pedras, mas não dava resultado, o esforço era só meu, tornava-se algo em vão. Então como eu já não aguentava caminhar e não havia ninguém que pudesse ajudar-me a carregá-la, que no caso deveria ser quem a encheu, eu a esvaziei, fui tirando pedra por pedra e relembrando em qual momento aquela pedra foi adquirida, e dói, você chora ao tirar a pedra, mas não vê outra alternativa. Eu não vi outra alternativa.

O que mais dói é saber que ainda sinto falta da mochila, porque no começo ela era leve, não incomodava, me ajudava, era bem útil. Em outras palavras e mais obvias, eu o amo, apesar de não gostar mais de você, de não ter arrependido-me por estar cada vez mais distante.

Apesar de tudo, eu ainda sinto a necessidade de saber como você tem passado o dia, se tem se cuidado, tomado remédios, leite quente, se tem evitado ficar na friagem, se marcou aquela consulta, se segue indo a igreja, se está tocando direitinho, se anda comendo, se está gostando do seu novo jogo, se conheceu alguém mais legal que eu, se arrumou um novo trabalho, se tirou o alargador e até mesmo se pensa em cortar o cabelo. Porém, são coisas a quais não tenho a resposta, o que é massacrante, apesar de saber que é melhor assim, melhor pra mim, melhor para você, melhor para nós, que eu aprenda a lidar com a falta, que a minha necessidade passe, porque talvez amadurecer seja isso, aprender a aceitar que amar uma pessoa, nem sempre vai ser o suficiente para mantê-la em sua vida.

Eu sigo rezando para que tenha mais em sua vida, que viva bem, que seja feliz, que encontre alguém que se encaixe com você, alguém que você veja que vale a pena mudar, é uma pena que não fui eu esse alguém, queria muito ter sido, estava disposta a ser, mas não dependia só de mim. Espero de coração que possa viver em paz, espero que a vida te traga tudo que eu não pude dar, que eu não pude ser. Te cuida, já que eu não posso mais fazer isso por você, eu estou de longe te olhando, não sei por quanto tempo, mas estou.

Essas são coisas que nunca irei dizer, olhando para você.

Flávia Faria

5.9.13

Vou abrir mão do direito de ser quem vai te salvar

Quero que saibas que eu não perdi o medo de perder-te, mas mesmo assim eu abro a mão de ti. Espero que encontre alguém que lhe suporte, que dê tudo que dei e o que não pude dar-te.

Sabes melhor que ninguém o quanto tentei manter-me em tua vida, o quanto suportei teu jeito arrogante e critico por meses, mas não é o teu jeito arrogante que fez-me tomar nojo de ti, foi a forma desonesta que lidar-te com aquilo que tu mesmo começaste a chamar de namoro.

Flávia Faria.

25.8.13

Perdoa por eu não poder te perdoar

Eu nunca disse, como você também não, mas eu te amo, amo mesmo, e depois que eu sair por aquela porta e estiver tudo terminado, eu vou fazer o máximo para te evitar, mesmo te amando, não vou te procurar mais, e nesse meio tempo, tudo que me lembrar você vai me fazer sofrer, e mesmo depois, quando passar uns meses, vou seguir da mesma forma, tudo me fará lembrar você.

É uma pena, sabe? Porque eu nunca imaginei que diria que te amo em um momento como esse, quando tivéssemos dizendo adeus, sempre imaginei que seria em um momento legal, no meio de uma gargalhada, ou de uma conversa boba, que eu olharia para você e diria "cara, como eu te amo, amo mesmo". Acho que o segredo é você sempre esperar o pior.

Sei de mim que eu não entrei nessa por livre e espontânea vontade, eu fui puxada, fui sugada, você me puxou de uma forma que mesmo que eu recusasse, não adiantaria. Claro que eu poderia fugir depois, quando você estivesse distraído, mas eu não consegui, sabe? Não naquele tempo, eu precisava primeiro provar para mim, que eu nunca estive errada, que nem de longe você merece o que sinto.

É muito doloroso quando você sabe muito bem que é infeliz demais com uma situação, mas sabe que fora dela é pior, que você não sabe viver. Eu simplesmente não sei lidar com você, mas também não sei lidar com a minha vida sem você. Eu penso em toda vida que você tem pela frente, todas as mulheres que você tem para conhecer, todos lugares que tem para ir, e pensar que fará tudo isso se mim, dói.


Flávia Faria.

11.8.13

Sobre as castanhas tempestades oculares

Não sei escrever sobre ti, apesar de ter plena certeza do que sinto, eu simplesmente não sei transmitir na escrita tudo que representas em mim.

Flávia Faria

3.8.13

Gotta find my destiny, before it gets too late.

Eu estava com uma sensação estranha de constante bagunça, então arrumei o quarto, a comoda, mas a sensação continuou, então percebi que a bagunça que precisava ser arrumada, era a que se encontrava dentro de mim.

 Flávia Faria

21.7.13

Nunca foi amor

Até hoje eu não sei se você é de fato um cavalheiro, ou se era puro teatro, mesmo que tudo indique que sim, que era tudo teatro, eu ainda me engano, tentando acreditar que você é sim um dos poucos homens românticos e cavalheiros do séculos 21.

Eu estava perdidamente apaixonada por você, isso eu reconheço, mas foi uma coisa tão passageira, eu ainda sinto o seu gosto em minha boca, e ainda reconheço o seu perfume em outrem. Minhas amigas ficaram mais encantadas com você, que eu mesma, se isso é possível eu não sei, mas era o que parecia.

Eu sei, você sabe, todos nós sabemos, que estar apaixonada não é a mesma coisa que amar, mas meu Deus, como eu queria que você tivesse permitido que eu te amasse. Como eu rezei para que isso desse certo.

Uma coisa engraçada é que eu não chorei, de verdade, não derramei uma lagrima por você, talvez seja esse o motivo para que eu não tenha nenhum rancor de você, porque você só me fez bem, e apesar de todo bem, quando acabou, não fez cócegas, era tão bom que não parecia real, eu estava anestesiada, estava preparada para o fim, sabia que iria acontecer, mesmo que você fizesse tudo para que isso não ficasse escancarado, mesmo que você dissesse a todo tempo que iria estar sempre por perto.

Reconheço que uma vez ou outra sinto a sua falta, falta de você me mandando dormir cedo, ou de quando ficávamos até 4 da manhã ao telefone, de todas as manhãs ser acordada com uma mensagem sua de "bom dia", ou com uma chamada, não existia nada melhor que ouvir sua voz pela manhã, minha rotina era essa, sua voz era a primeira que eu ouvia ao acordar, e a última ao dormir.

Vendo todos esses outros caras me tratando como mais uma, tenho vontade de te procurar e dizer: "Poxa, você me deixou mal acostumada, volta aqui, vem cá e ensina à esses ogros como é que se trata uma mulher." Mas acontece que eu não sou nem louca de fazer isso, eu queria ser, mas não sou.

Eu não te amei, e acho que esse vai ser o maior arrependimento da minha vida, e espero que se arrependa também por não ter me amado. Assim como eu, creio que você também não saiba de quem foi a culpa para que tudo acabasse, talvez a culpa seja de nós dois que não lutamos à favor de nós.

Flávia Faria